Colégios Bernoulli, Loyola e Magnum confirmam greve nesta quarta contra reforma da Previdência

Paralisação conta com adesão de servidores públicos, metroviários, funcionários dos Correios, entre outras categorias. Protesto é contra mudanças na aposentadoria propostas pelo governo federal

Flávia Ayer Juliana Cipriani

Central Única dos Trabalhadores (CUT/MG) se reúne com representantes de sindicatos nesta terça-feira, na Assembleia Legislativa, para definir detalhes da greve - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
Pelo menos 24 categorias decretaram greve geral nesta quarta-feira contra a reforma da Previdência.

A mobilizalção vai incluir até mesmo os colégios particulares. Em Belo Horizonte, já são 20 das grandes escolas da capital que anunciaram a adesão e informaram a pais e alunos que não haverá aula nesta quarta-feira.

Segundo a presidente do Sinpro-MG, Valéria Morato, os professores, principalmente os da educação básica e os da rede particular, serão os mais atingidos com a Reforma da Previdência. Por isso houve a adesão. "A rede privada está junto nessa mobilização e, em BH, em atitude inédita, as grandes escolas já estão comunicando que vão parar", afirmou.

Até agora, estão entre as que comunicaram que vão parar as escolas São Paulo, Santo Agostinho, Loyola, Dom Silvério, Santa Dorotéia, Colibri, a rede Santa Maria, o Magnum, Pitágoras, Padre Machado, Isabela Hendrix, Padre Eustáquio, Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora das Dores, Escola da Serra e Bernoulli.

A Pastoral da Puc informou que apoia o movimento, porém as aulas seguirão normalmente nesta quarta-feira.

"Houve um grande entendimento do professor da rede privada de que o momento de parar e dialogar com a sociedade é esse. É nossa responsabilidade", afirmou. Valéria Morato acredita que a paralisação das escolas particulares terá grande impacto com os pais.

Greve geral


Trabalhadores de escolas públicas e particulares, professores e servidores de universidades federais, metroviários, metalúrgicos, servidores públicos municipais, petroleiros, entre outros, vão cruzar os braços para tentar impedir a aprovação de mudanças na aposentadoria pretendidas pelo governo federal.

A chamada é para concentração a partir das 9h, na Praça da Estação e a realização de um ato unificado, às 10h, na Praça Sete.

O Sinpro-MG, sindicato das escolas particulares, anunciou a adesão e convoca professores para um ato na Praça da Estação. Colégios tradicionais de Belo Horizonte, como Loyola, Santo Antônio, Magnum e Bernoulli, já informaram alunos que amanhã não haverá aulas. “Comunicamos que, em função da adesão de funcionários ao Dia Nacional de Paralisação, não haverá aula para nenhum dos segmentos de ensino do Colégio Loyola”.

Carta

Uma carta dos professores do Magnum, dirigida à comunidade escolar, aponta que “se aprovada a PEC 287/2016, as novas regras para a Previdência Social atingirão, de maneira brutal, o direito de aposentadoria do trabalhador, transformando o Brasil no país com uma das legislações previdenciárias mais retrógradas do mundo”, diz o documento. O Sind-UTE, que representa professores da rede estadual, também fará assembleia na Praça da Estação.
Carta de professores do colégio Magnum à comunidade escolar alerta sobre efeitos de eventual aprovação de mudanças na aposentadoria - Foto:
O sindicato dos professores municipais (Sind-Rede BH) se reúne na Praça Afonso Arinos, às 8h30, e segue para se reunir com as demais entidades. Petroleiros, metroviários da capital mineira, metalúrgicos de BH e Contagem, funcionários dos Correios vão parar por 24h amanhã. Também aderiram à paralisação servidores municipais de BH, docentes e técnico administrativos dos demais institutos federais, CEFET-MG e Colégio Pedro II, bem como professores das universidades federais.

Na rede municipal, trabalhadores já haviam decidido em assembleia na quarta-feira aderir à greve nacional a partir do 15, quando haverá nova plenária. “A greve nacional começa dia 15, mas a paralisação é por tempo indeterminado. Só retornaremos às atividades quando houver um posicionamento contrário à reforma do governo. Trata-se de um dia histórico quando a educação vai se unir contra a proposta que afeta todos os trabalhadores e, principalmente, a educação”, afirma Adriana Mansur, diretora do Sindicato dos Trabalhadores Educação da Rede Pública Municipal.

 

Também circula nas redes sociais convocação para que população não vá às compras na quarta-feira, como forma de protesto. "Nada de compras no comércio, nada de compras em shoppings e supermercados. Nada de usar os transportes públicos. Vamos parar e cruzar os braços e mostrar ao governo federal que a força desse pais vem do NOSSO TRABALHO e nao dos políticos", diz mensagem.

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