O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Minas Gerais ameaça intensificar as invasões de fazenda no estado, caso a Reforma da Previdência passe no Congresso Nacional. Ao anunciar a participação na paralisação nacional contra o projeto do presidente Michel Temer (PMDB) para modificar as regras de aposentadoria dos brasileiros, o coordenador do MST, Sílvio Neto, foi claro ao dizer nesta terça-feira que, se o governo não respeitar os direitos do trabalhador, a lei da propriedade privada também não será respeitada.
“A cada voto de cada parlamentar, principalmente os de Minas Gerais e os ligados aos ruralistas, a favor da Reforma da Previdência, é um cadeado que vai estourar em Minas Gerais, é mais uma fazenda que vai ser ocupada. Essa é a disposição do MST”, afirmou Neto.
Ainda segundo o coordenador do MST, “não adianta pedir para que sejam respeitados outros direitos como o da propriedade privada. Se para eles retirar direito é uma regra, assumimos o compromisso de desrespeitar todos os direitos”, disse.
Reforma rechaçada
Segundo Silvio Neto, o MST está se somando ao movimento com uma série de ações na quarta-feira pelo interior do estado. “De antemão essa reforma tem que ser rechaçada, porque parte de um governo que, pelo conjunto da maldita obra que vem operando é golpista, não foi eleito por nós e precisa ser combatido cotidianamente”, afirmou.
O dirigente do MST acredita que o projeto de reforma de Temer será rejeitado. “Ainda está em tempo de retirar essa maldita proposta do Congresso antes que fique mais vexatório. Temos convicção que ela não vai passar porque a mobilização será cada vez mais forte”, alertou.