O delegado comandou a PF no primeiro governo Lula. Ele também dirigiu a Agência Brasileira de Informações (Abin).
A Moro, o delegado negou que a PF tenha sido alvo de intervenções do Planalto enquanto esteve no cargo, entre 2003 e 2007. No entanto, revelou ter sido procurado por agentes políticos. "Um ou outro parlamentar às vezes pedia audiência na Polícia Federal e queria indicar o servidor para este ou aquele cargo. Normalmente, um superintendente regional. Vinha conversar comigo e eu dizia que isso não seria possível porque eu já havia acertado com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e com o presidente Lula, que não haveria interferência", relatou.
O ex-diretor geral da PF disse que "normalmente" era procurado para esse tipo de diálogo por "gente do PP e do próprio PT".
Sobre o período à frente da Polícia Federal, Lacerda negou ter tido conhecimento de esquemas de corrupção na estatal petrolífera.
O delegado, que também foi diretor-geral da Abin, entre 2007 e 2008, disse se lembrar de apenas uma ocorrência envolvendo a petrolífera que chegou a ser apurada pela Agência. "Surgiu um caso na Petrobras que era o desaparecimento de um microcomputador com informações estratégicas da Petrobras em Macaé que dizia respeito a assunto sigiloso e empresarial.
Lacerda ainda afirmou não saber de eventuais vantagens indevidas oriundas de esquemas envolvendo a Petrobras ao ex-presidente Lula. "Se eu tomasse conhecimento, alguma providência haveria de ser adotada"..