As compras, sem nota fiscal, ocorriam com "desconto especial", afirmou Vera Lucia Guerra ao juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. O depoimento ocorreu no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio que prendeu no ano passado Cabral, Adriana e Miranda, entre outros investigados.
De acordo com a gerente, as aquisições ocorriam principalmente em datas comemorativas, como Dia das Mães, aniversário de casamento, Natal e Dia dos Namorados. Vera afirmou ainda que as peças eram compradas para uso pessoal, conforme os clientes relataram a ela.
O motorista de Cabral, Pedro Ramos de Miranda, era uma das pessoas que ia à joalheria para pegar o cheque e entregar dinheiro. Miranda também teria feito isso para o ex-governador, assim como para ele mesmo.
A Operação Calicute identificou intensos contatos de Miranda com joalherias por quebra dos sigilos telemático e dos registros telefônicos do ex-assessor, apontado como operador de propinas de Cabral. Foi indicado que o homem de confiança do ex-governador "manteve intenso contato com funcionárias de famosas joalherias no Rio de Janeiro", que são a Antonio Bernardo, H.Stern e Sara Joias.
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral e outros 12 investigados são acusados de se associarem para cometer corrupção e lavagem de dinheiro usando obras do governo do Estado que receberam recursos federais a partir de 2007..