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Estado de Minas

PF aponta venda de carne podre e vencida por principais frigoríficos do Brasil

Segundo a decisão que embasou a operação, conversas telefônicas captaram vários os relatos de uso de produto impróprio para o consumo


postado em 17/03/2017 11:32 / atualizado em 17/03/2017 12:12

Vários tipos de carne foram adulterados para venda, segundo a PF(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Vários tipos de carne foram adulterados para venda, segundo a PF (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

A Operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira para desmontar um esquema de corrupção no setor público e privado da Agropecuária envolve a venda de carne podre e com a data de validade adulterada. Na decisão da Justiça Federal que deu origem a mandados de busca e prisão, são vários os relatos de comida estragada que acaba sendo maquiada para ser vendida ao consumidor final.

Segundo o Blog do Vicente, do jornal Correio Braziliense, as gigantes do setor JBS (dona da Friboi e Seara) e BRF Foods (dona da Sadia e Perdigão), que detém mais de 60% do mercado de carnes no Brasil, vendem produtos “podres, vencidos, moídos com papelão.” De acordo com a notícia, boa parte dos negócios dessas empresas foram financiados com recursos públicos, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Entre as ações realizadas na manhã desta sexta-feira, a operação batizada de Carne Fraca levou executivos da JBS à prisão.

De acordo com a investigação, as fraudes foram possíveis graças à participação de fiscais agropecuários, que, mediante propina, permitiram a comercialização de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

Na lista de investigados na maior operação da PF, além dos frigoríficos, há redes de fast food como o Subway.

Bando criminoso


Nos diálogos gravados, que incluem a presidente do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa/MAPA), Maria do Rocio, há relatos de produto com salmonela e altamente impróprio para o consumo. Ela e o superintendente regional do órgão no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, são apontados como líderes e articuladores do “bando criminoso”.

Entre outras acusações, os investigados teriam cometido crimes de falsificação, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios.

Além de horas de gravação, os indícios de crimes foram apontados em relatórios policiais e cruzamento de dados bancários e fiscais feitos pela Receita Federal. Foi decretada a prisão preventiva de 26 pessoas e a temporária de mais 11 envolvidos.


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