Sônia contou também que em uma ocasião foi procurada por um dos operadores de Cabral, Carlos Miranda, para que ela abrisse uma empresa, na qual nunca trabalhou. O objetivo era camuflar a origem dos recursos que recebia.
"Ele sugeriu que eu abrisse uma empresa para que eu tivesse a renda comprovada. Eu só emitia as notas fiscais", afirmou.
Sônia disse que uma de suas tarefas era cuidar das atividades e do pagamento dos cinco empregados do apartamento de Cabral no Leblon, na zona sul do Rio. Havia mais cinco de sua casa de veraneio, em Mangaratiba, e outros cinco trabalhavam na casa da ex-mulher do governador, Susana Neves, na Lagoa.
Ela também afirmou que tratava do dia-a-dia dos cinco filhos do ex-governador. Eram tarefas como tratar de matrículas no colégio, compra de material escolar, aulas de natação, intercâmbio com exterior, cuidar de consultas médicas e do pagamento do seguro dos quatro carros da família.
Segundo ela, mensalmente, a família gastava R$ 40 mil com o pagamento dos salários dos empregados.
Questionada pelo procurador Sérgio Pinel, disse que apenas uma vez recebeu dinheiro de outro operador de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, mas que o valor foi "pequeno", em suas palavras, "de R$ 12 mil a R$ 15 mil".
A reportagem procurou o Senac-RJ, mas até o fim da tarde a instituição não se manifestara..