Consumidores que foram aos açougues na manhã deste sábado, em Belo Horizonte, mostraram indignação e preocupação com as denúncias de um grande esquema de corrupção envolvendo empresas de alimentos e fiscais do Ministério da Agricultura – deflagrado pela operação Carne Fraca.
A operação mostrou todo tipo de fraude, incluindo a utilização de carne estragada na composição de salsichas e linguiças, envolvendo mais de 20 marcas dos principais frigoríficos do país.
O corretor Lúcio Salles, de 38 anos, estava hoje na fila de um açougue no Centro da capital, e que pelo menos por enquanto não vai consumir processados das marcas reveladas na operação.
“Agora é hora de começar a repensar sobre essas grandes marcas. É um absurdo você pagar tão caro por carnes e comprar produtos com qualidade ruim”, afirmou ele.
Para a advogada Gabriela Apolinário, de 33 anos, o ideal é comprar produtos mais frescos e de preferência de abatedouros menores, de pessoas de confiança.
Além de rever a carne que colocará em seu prato, o engenheiro Sérgio Aranha, de 55 anos, lamentou mais um caso de corrupção para abalar a imagem do Brasil no exterior. “Isso é péssimo para o país, que exporta tanta carne. Quem agora vai querer comprar uma carne que venha do Brasil?”, indaga ele, que fez compras nesta manhã em uma loja no Mercado Central.
A operadora de caixa de uma das lojas, Geralda Costa, garante que o produto vendido no local não tem origem em nenhum dos frigoríficos citados na operação Carne Fraca, e por isso, não houve qualquer alteração nas vendas. Mas reconhece que desde ontem os clientes têm procurado saber a procedência das carnes.