Em aula inaugural da Faculdade Mineira de Direito, na PUC Minas, a ministra comentou as dificuldades em dar celeridade aos processos e citou o excesso de recursos como um obstáculo para a Justiça.
Ela avaliou que poucos dos políticos com foro privilegiado envolvidos na Operação Lava-Jato tiveram denúncias oferecidas, uma vez que os processos estão em fase de investigação.
“(Processos da Lava-Jato) Não foram julgados porque sequer foram oferecidas denúncias. São pouquíssimas denúncias oferecidas. Portanto, o que vem para o Judiciário são os pedidos de autorização para se investigar. É isso que o procurador-geral da República, doutor Janot, fez nesta fase”, explicou Cármen Lúcia, ao ser questionada sobre o motivo de todos os 47 políticos da primeira lista de Rodrigo Janot, divulgada há dois anos, ainda não terem sido julgados no Supremo.
A ministra foi recebida por um grupo de 30 manifestantes na porta da universidade. Eles levaram faixas e cartazes criticando a atuação do tribunal no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em sua aula, Cármen Lúcia falou sobre o protesto, ressaltando que em uma democracia são normais e positivas as críticas e divergências de pensamento.
“Antes as pessoas tinham até medo de ficar diante de um juiz. Hoje, na entrada da PUC tinha várias pessoas gritando 'Ministra, evite a pizza!', 'Ministra, acreditamos que a senhora não vai participar disso …'. E considero que isso faz parte da democracia. É direito das pessoas reclamar e reivindicar”, disse a ministra. .