O benefício será concedido às empresas no processo que avalia conluio e fraude a licitações na montagem eletromecânica da usina de Angra 3, que já consumiu R$ 7,1 bilhões. O acordo ainda prevê que as empreiteiras serão isentadas de multa superior a R$ 400 milhões e pagamento de juros, referentes a prejuízos causados à Eletronuclear.
O acordo vinha sendo negociado pela Lava Jato com o TCU desde o ano passado, como noticiou o jornal
O Estado de S. Paulo
. Os benefícios serão concedidos às três empresas porque elas firmaram acordos de leniência - espécie de delação de pessoas jurídicas. Os procuradores temiam que o tribunal desestimulasse colaborações se aplicasse as mesmas penalidades a quem confessou ilícitos e a quem não confessou.
Os benefícios foram discutidos pelo ministro do TCU Bruno Dantas, relator do processo de Angra 3, com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O ministro deve acertar os detalhes de seu voto com outros integrantes da corte. A decisão final dependerá do apoio da maioria do plenário.
O acordo prevê que, seguindo parecer da área técnica da corte, seis envolvidas nas fraudes nas obras da usina serão declaradas inidôneas por até cinco anos.
Contrapartidas
Nos termos negociados, a aplicação da penalidade será suspensa para as três empreiteiras, inicialmente por 60 dias. O benefício será mantido se elas assinarem termos aditivos aos acordos de leniência, comprometendo-se a oferecer contrapartidas: terão de colaborar com documentos e informações nas auditorias do TCU, abrir mão de recorrer de condenações referentes ao caso e recolher o valor do dano ao erário.
Para as demais implicadas - UTC, Queiroz Galvão, Empresa Brasileira de Engenharia e Techint Engenharia -, será aplicada a inidoneidade. O TCU poderá estender os benefícios a elas se firmarem acordos futuros na Lava Jato. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..