"Será um corte expressivo e temos que compreender sua necessidade", afirmou. "O Brasil está mudando, não é mais o País da fantasia, dos números midiáticos, como assistimos durante toda a campanha eleitoral e que nos trouxe à pior e mais grave crise econômica e social da nossa história."
Também presidente do PSDB, Aécio disse que seu partido vai defender tratamento mais brando para idosos de baixa renda e deficientes na reforma da Previdência, além de trabalhadores rurais.
Aécio avalia que é preciso manter as regras para recebimento do Benefício Assistencial ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (BPC), que proporciona renda àqueles que comprovarem renda per capita inferior a 25% do mínimo.
Embora defenda a preservação dessas categorias, ele disse ser contra o aumento de impostos e acredita que apenas a retomada do crescimento será suficiente para pagar esses benefícios.
"Esperamos que o País retome a sua rota de crescimento. Apenas crescendo o País voltará a ter receitas capazes de pagar as suas despesas", disse. Ele destacou que a PEC do teto é uma realidade, mas será inócua sem a reforma da Previdência.
"Restabelecendo a confiança na economia e atraindo capital para concessões, o País aumenta sua receita sem necessidade de aumento de impostos, que temos que evitar a todo custo, até o último momento", disse Aécio.
O senador afirmou ser a favor da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, mas disse que o Congresso pode não aprovar integralmente o texto proposto pelo governo. "Ou se faz reforma, mesmo que não seja definitiva ou dos sonhos de alguns, ou os punidos e penalizados pela ausência dessa reforma serão aqueles que mais precisam", afirmou.
Ele disse ainda que o partido vai apoiar a CPI da Previdência, proposta pelo PT no Senado, pois avalia que os números serão confrontados e debatidos com transparência.
Aécio foi questionado sobre a citação de ministros de seu partido nas delações de executivos da Lava Jato - Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores). Ele disse que uma decisão sobre o eventual afastamento cabe ao presidente Michel Temer.
"Essa é uma questão afeita ao presidente da República, que saberá resolvê-la da melhor forma possível", disse. Outros cinco tucanos também foram mencionados nas delações, inclusive Aécio.