O presidente Michel Temer anunciou nessa terça-feira a retirada de servidores de estados e municípios da reforma, ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do relator da PEC 287, Arthur Maia (PPS-BA).
Para deputados contrários à reforma da Previdência, há dificuldade em prosseguir com as discussões sem o comunicado oficial e esclarecimentos quanto aos pontos que o governo modificará na PEC e como ficam os números relacionados à sustentabilidade previdenciária com as mudanças.
“O ministro do Planejamento fez todo um esforço para mostrar o quanto isso era importante e o presidente anunciou que ia tirar fora”, argumentou o deputado Pepe Vargas (PT-RS).
O deputado Assis do Couto (PDT-PR) disse que, ao retirar os servidores estaduais e municipais, o governo permite que o peso da reforma caia apenas sobre uma parte da população. “Está ficando nessa reforma o peão de fábrica e o colono que produz alimento. O governo fez uma leitura que servidor, Exército, polícia podem se mobilizar e estão ficando os mais fracos”, criticou.
O deputado Carlos Marun disse não ver dificuldade em continuar debatendo a reforma, já que o anúncio oficial de Temer ocorreu após o presidente ter se encontrado com parlamentares. Ele afirmou ainda que mudanças na proposta ao longo da tramitação são naturais. “Já aconteceram mudanças e podem acontecer outras. Esse é o papel do parlamento”, afirmou.
Trabalhadores rurais
A comissão especial da PEC da Previdência discute, nesta quarta-feira (22), a aposentadoria dos trabalhadores rurais. Atualmente, esse grupo pode aposentar-se apenas comprovando que realiza atividade no campo, sem necessidade de tempo mínimo de contribuição.
Com a PEC 287, a contribuição passa a ser obrigatória e individual. Além disso, os trabalhadores rurais terão de ter no mínimo 65 anos de idade e 25 anos de contribuição para se aposentar.
Com Agência Brasil .