Para o parlamentar, a Operação é importante, mas se transformou em um "espetáculo midiático que atingiu "todo um setor econômico que nada tinha a ver com isso". Requião afirmou que delegados como Maurício Moscardi Grillo, que coordenou a Carne Fraca, estão "testando a estrutura judiciária brasileira". "Lei é para ser seguida", defendeu.
Requião disse que fez apenas uma modificação em relação ao seu primeiro relatório, para impedir o que chamou de "embargo de gaveta", que passaria a ter que ser justificado por promotores e juízes. Caso o contrário, eles seriam punidos. "Se não fica essa brincadeira do Janot mandar um pedido de abertura de inquérito do senador Aécio Neves (PSDB-MG) depois da prescrição. Pode demorar, mas essa demora tem que ser justificada.
O primeiro relatório de Requião chegou a ser incluído na pauta do plenário no final do ano passado, mas voltou à CCJ após críticas de entidades ligadas ao Judiciário e ao Ministério Público e forte pressão popular. Na época, um dos principais defensores do projeto, o então presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), foi acusado de agir em retaliação aos investigadores da Operação Lava Jato.
O assunto tornou a ganhar força no Senado nesta semana devido à operação Carne Fraca. A maioria dos senadores criticou a atuação da PF na condução e divulgação dos fatos que, segundo eles, teria prejudicado o setor agropecuário.
O líder do PMDB e principal defensor do projeto, Renan Calheiros (AL), definiu a atuação da PF como "abuso de autoridade", enquanto a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) afirmou que é por razões assim que a proposta precisa ser votada. Com clima favorável à discussão, líderes partidários acertaram com o presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA) e com o relator do projeto, Roberto Requião (PMDB-PR) a apresentação e votação do relatório..