Na semana passada, Herman entregou aos outros seis ministros titulares da Corte Eleitoral uma versão parcial do relatório, que já totalizava 1.032 páginas.
O relatório final, com um resumo dos principais pontos do processo, é sigiloso e deve ser encaminhado ainda nesta segunda-feira aos demais ministros do TSE, informou o tribunal. Os ministros receberam o relatório parcial de Benjamin apenas em papel impresso e reciclado, numa tentativa de conter vazamentos.
O objetivo de Herman Benjamin é que os integrantes da Corte sejam informados antecipadamente das provas, depoimentos e acusações que constam nos autos do processo, o que lhes permitirá analisar o caso em profundidade. A nova versão do relatório deve conter as alegações finais de Dilma, Temer e do PSDB - responsável por mover a ação contra a chapa Dilma/Temer - no âmbito da ação que apura se houve abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014.
Integrantes da Corte ouvidos reservadamente pela reportagem informaram que só começariam a se debruçar sobre o processo no último final de semana, depois da entrega do relatório parcial. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada na última quinta-feira, 23, Herman Benjamin considerou o relatório "um mapa da mina".
Na última terça-feira, 21, o ministro encerrou a fase de instrução do processo - etapa em que são coletadas as provas e realizados os depoimentos que vão embasar o julgamento. Ao encerrar a fase de instrução e concluir o relatório, Herman Benjamin sinaliza que a ação já se encaminha para a etapa final - Herman tem manifestado nos bastidores o desejo de levar o caso ao plenário antes da saída do ministro Henrique Neves, que deixará a Corte Eleitoral em 16 de abril.
Anulação
Na última sexta-feira, 24, a defesa de Dilma pediu ao TSE que anule os depoimentos de delatores da Odebrecht prestados à Justiça Eleitoral ao longo do mês de março, entre eles os do herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht. Os advogados da petista argumentam que os depoimentos extrapolam o objeto do processo, em curso há mais de dois anos.
A defesa de Temer também pediu a anulação dos depoimentos de delatores da Odebrecht, sob a alegação que os depoimentos devem ser considerados provas ilícitas porque não foram requeridos por nenhuma das partes, mas pelo próprio ministro Herman Benjamin.