Nos últimos dias, Kalil tem escalado secretários e até se reunido pessoalmente com os vereadores para discutir os pontos do projeto e tirar dúvidas sobre as mudanças propostas. Somente depois de conversar com os parlamentares a prefeitura vai protocolar a reforma no Legislativo.
No projeto de reforma estão previstas a remodelagem de empresas públicas da capital mineira, como a BHTrans, a Prodabel e a Belotur, além da redução de cargos comissionados e extinção das nove regionais, que perdem o status de secretarias.
A tática de negociar os pontos da reforma pessoalmente com os vereadores deve se arrastar pelas próximas semanas e a intenção da prefeitura é que no final de abril o projeto esteja pronto para ser protocolado.
Contato
Na liderança de governo desde a semana passada, Burguês afirma que Kalil deixou claro que pretende manter um contato direto com os vereadores. O prefeito não quer que as conversas sobre projetos e demandas fiquem restritas ao secretário de Governo, Paulo Lamac, à secretária de Assuntos Institucionais, Adriana Branco, ou ao próprio líder de governo na Câmara.
Nos últimos dias, Kalil e alguns secretários receberam os vereadores quase diariamente. Entre os temas discutidos estão questões ligadas aos direitos dos animais, alterações no trânsito em alguns bairros e o cadastramento de ambulantes. “Vou fazer a defesa dos projetos da prefeitura na Casa, mas Kalil quer manter um canal direto com os vereadores, com trânsito livre”, conta Burguês.
Desde o início do ano, o vereador tem defendido projetos da prefeitura na Câmara, onde a maioria dos parlamentares se diz independente, com alguns vetos do prefeito derrubados e propostas rejeitadas. Após uma derrota, o ex-líder Gison Reis (PCdoB) entregou o cargo e a prefeitura ficou mais de um mês sem interlocução no Legislativo.
Segundo Burguês, a sua relação com Kalil é antiga. “Fui conselheiro do Atlético junto com o prefeito, conheço sua maneira de trabalhar. Defendi o clube na época em que a CBF tentou nos impedir de disputar a Copa Sul-Americana. Fiz uma moção de persona non grata contra Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF)”, diz Burguês. A moção contra Teixeira foi aprovada pela Câmara de BH em 2003. Meses depois, a CBF voltou atrás e liberou a participação do Atlético no torneio internacional.
Coxinha ‘é caso superado’
Logo que foi anunciado líder de Kalil na Câmara, muitos eleitores dispararam críticas nas redes sociais contra a prefeitura, lembrando que Léo Burguês tem polêmicas em seu currículo político. Em 2012, como presidente da Câmara, ele foi acusado de ter comprado com a verba indenizatória lanches da mercearia de sua madrasta. A polêmica rendeu até marchinha de carnaval. O vereador afirma que o assunto já foi superado e esclarecido. “Não houve indiciamento pelo Ministério Público, não houve nada. O que teve destaque foi a música. Mas não tenho nenhum problema com isso. A marchinha ficou realmente muito bacana. Como incentivador do carnaval em BH só posso ficar feliz e incentivar a criatividade das pessoas”, afirma Burguês.