São Paulo - O delegado Igor Romário de Paula, da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, afirmou em ofício encaminhado ao juiz Sérgio Moro que nenhuma imagem feita durante a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março do ano passado, foi cedida "a qualquer pessoa, empresa ou veículo de comunicação" pela Polícia Federal.
O delegado reiterou que foram adotados na operação os mesmos parâmetros de ações da PF.
A defesa do ex-presidente contestou a manifestação do delegado e citou depoimentos dos envolvidos no filme "PF - a Lei é Para Todos" à imprensa, em que afirmam que a equipe de filmagem teve acesso ao vídeo da condução coercitiva do petista.
Os advogados de Lula reiteraram pedido feito a Moro no dia 22 para que a produção do filme não use as filmagens da PF nem a revista Veja divulgue o vídeo. Os advogados pedem ainda que seja apurada a eventual responsabilidade criminal de agentes públicos que estariam envolvidos no suposto vazamento.
Caso Moro não acate o primeiro pedido, os advogados de Lula querem que sejam ouvidas pessoas que "confessaram ter tido acesso às gravações".
Censura
Em decisão de sexta-feira, Moro apontou que não caberia a ele decidir sobre censura à produção do filme ou a veículos de comunicação, e pediu à PF explicações sobre o suposto vídeo em cinco dias.
"Em momento algum as imagens feitas naquela data foram fornecidas a terceiros, sendo anexadas ao processo eletrônico correspondente somente imagens do depoimento realizado e posteriormente degravado", disse o delegado.
A produção do filme afirmou que a obra é inspirada em fatos reais e a contribuição da PF se deu no sentido de pesquisa de material. A reportagem entrou em contato com a Veja, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. (Com Agência Estado).