A investigação em questão apura a suspeita da prática de corrupção passiva qualificada, pelo senador peemedebista, por meio do suposto recebimento de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.
A Procuradoria-Geral da República, ao pedir acareação, apontou que Nelson Costa Cardoso, José Lima de Andrade Neto e o delator divergiram em trechos de depoimentos. Ao autorizar a diligência, Fachin também concedeu a prorrogação do prazo das investigações por 30 dias, solicitada pela PGR, que alegou que ainda falta ouvir Itamar dos Santos Silveira e o próprio Cerveró, reservadamente, bem como realizar a análise das informações prestadas pela BR Distribuidora.
Procurada, a defesa do senador afirmou que "a versão acusatória está baseada apenas em delações fantasiosas, e será afastada ao longo da investigação".
O inquérito foi instaurado em setembro do ano passado a partir da colaboração premiada de Nestor Cerveró, que informou o recebimento de propinas por parte do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), no período de 2008 a 2014, oriunda de contratos de tecnologia da informação firmados pela subsidiária da Petrobras. O pagamento dessa propina seria operacionalizado por Nelson Costa Cardoso, gerente executivo da estatal, e por Itamar dos Santos Oliveira.
Valdir Raupp se tornou réu na Lava Jato no início do mês, quando a Segunda Turma do Supremo aceitou a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PGR o acusa de ter solicitado e recebido vantagem indevida de R$ 500 mil para a sua campanha ao Senado de 2010, oriundo do esquema de corrupção na Petrobras, por meio de propina disfarçada de doações oficiais.
O senador se tornou alvo de um novo inquérito na semana passada, para apurar os crimes de falsidade ideológica e peculato, sob a suspeita de que teria feito a contratação fictícia de assessores do senador, de acordo com um inquérito policial sobre o caso.
Ele também é investigado por supostos crimes de corrupção passiva e corrupção ativa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência, com base na delação do lobista Fernando Soares - apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobrás.
Fernando Baiano, como é conhecido, apontou em depoimento que a empreiteira gaúcha Brasília Guaíba teria procurado Raupp para intermediar negócios com a estatal. Em troca, o parlamentar exigiria doações para a campanha ao Senado em 2010.
Além disso, Raupp é um dos nomes que constam no inquérito (nº 4.326) em que a PGR investiga uma suposta organização criminosa formada por líderes políticos dO PMDB para conseguir propina e doações eleitorais com oferecimento de contrapartidas à iniciativa privada..