A Câmara Municipal de Itabira adquiriu de uma só vez celulares novos para todos os 17 vereadores da cidade, na Região Central de Minas. Ao todo, foram gastos R$ 16.745 com a compra. O episódio fez com que a população da cidade reclamasse e se posicionasse contra nas redes sociais. Os aparelhos ficarão com os parlamentares até o fim da legislatura, em 2020.
A escolha da Câmara foi por aparelhos Galaxy J5, da marca Samsung. Os celulares foram adquiridos em uma loja da cidade e tiveram custo de R$ 965 cada. De acordo com o portal de transparência da Casa, cada parlamentar ganha aproximadamente R$ 8 mil por mês, o que, no entendimento de moradores, daria perfeitamente para arcar com o valor do aparelho.
Em comunicado feito à população, a assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Itabira afirmou que desde que os aparelhos “passaram a existir, e constituíram-se num instrumento indispensável para o trabalho, eles vêm sendo disponibilizados” aos vereadores. Ainda segundo o comunicado, os celulares foram apenas “cedidos” aos vereadores para uso durante o mandato e serão devolvidos ao final da legislatura. Sobre os aparelhos que foram trocados, a explicação é que eles não tinham condições de ser mais usados. A Casa encerra dizendo que o processo licitatório seguiu todos os trâmites legais.
Apesar disso, muita gente visitou a página da Câmara no Facebook para protestar. “Qual o critério na escolha do aparelho? Precisava ser um modelo tão caro?” questionou Paulo Henrique Fontes Coura. A relação do gasto e a precariedade de outros serviços prestados no município também foi lembrada por outra moradora da cidade. “Principalmente quando faltam medicamentos e outros serviços básicos. Fala sério, senhor presidente da Câmara”, disse.
O presidente da Câmara, Neidson Freitas (PP), afirmou que os celulares “deixar os vereadores mais próximos dos eleitores”. Segundo Freitas, o custo dos planos usados foi de R$ 2.487,23 de janeiro a março deste ano, com média de gastos de R$ 48,76 para cada um. O plano é de 2.500 minutos mensais e tem três gigabytes de internet disponíveis para serem gastos com atividade legislativa. O vereador considera que a polêmica se deu mais por parte dos adversários que da população da cidade. “A população não está contra e nem reclamando do gasto. Parte da classe política que perdeu a eleição e alguns que não conseguiram chegar ao poder é que estão tentando colocar a população contra os atuais gestores”, afirmou.