Brasília, 05 - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer nesta quarta-feira, 5, no plenário, que "o presidente Michel Temer não tem para onde ir". No início do discurso, ele afirmou que iria retificar a declaração, feita a aliados durante jantar da bancada ontem à noite, mas acabou reforçando o posicionamento.
"Eu fiz uma manifestação ontem a partir da minha percepção e pela convivência que tive com os dois, a Dilma e o Temer. A presidente Dilma sempre me passou a impressão de que não sabia para onde ir. E o presidente Michel Temer, com essa política econômica de arrocho, de juro alto, de aumento de imposto, de recessão de desemprego, se não mudar, ele está passando a percepção para mim que não tem para onde ir. Ou seja, a presidente Dilma não sabia para onde ir, e o Presidente Michel Temer não tem para onde ir com essa política recessiva", declarou.
A fala gerou desconforto em parte da bancada. Ao final do pronunciamento, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) correu para repreender o líder. "Ele repetiu no microfone o que disse ontem, só que aqui ele é líder da bancada", ponderou a parlamentar. Para ela, Renan tem que representar o sentimento dos peemedebistas. Como reação, o senador riu e pediu "calma". Ele contou com a defesa de uma de suas principais aliadas, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que pediu para Rose "entendê-lo".
Já entre a oposição, a reação foi o oposto. Renan foi ovacionado por parlamentares petistas. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), gritou: "Muito bem! É isso aí". Já o líder da minoria, Humberto Costa (PT-PE), brincou que iria passar o seu posto para o peemedebista, que tem engrossado o discurso contra a condução econômica do governo nas últimas semanas.