Palocci é réu por corrupção e lavagem de dinheiro.
Para se livrar da cadeia, o empreiteiro fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Outros 77 executivos do grupo também decidiram colaborar para evitar a prisão.
Palocci foi preso na Operação Omertà, 35ª fase da Lava-Jato, em 26 de setembro. Para a força-tarefa da Lava-Jato, o codinome "Italiano" em planilhas de propina da Odebrecht é referência a Antonio Palocci.
A Omertà identificou que, entre 2006 e 2015, o ex-ministro "estabeleceu com altos executivos da Odebrecht um amplo e permanente esquema de corrupção destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta cúpula do governo federal". Neste esquema, segundo a denúncia, "a interferência de Palocci se dava mediante o pagamento de propina, destinada majoritariamente ao Partido dos Trabalhadores (PT)".
A Procuradoria sustenta que Palocci atuou "em favor dos interesses do Grupo Odebrecht no exercício dos cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de Administração da Petrobras".
A acusação do Ministério Público Federal aponta que o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, "que prestava serviços de publicidade eleitoral em diversas campanhas do Partido dos Trabalhadores, teria recebido, conscientemente e sob a supervisão de Antonio Palocci Filho, parte dos pagamentos das propinas a título de remuneração dos aludidos serviços".
Ainda segundo a denúncia, também houve pagamento de propinas pela Odebrecht em contratos celebrados com a empresa Sete Brasil para fornecimento de sondas para utilização pela Petrobras na exploração do petróleo na camada de pré-sal. Um dos delatores da Lava-Jato, o ex-gerente executivo da estatal Pedro Barusco afirmou que a estatal lançou licitação, "em cujo formato teria Antonio Palocci Filho influenciado, para o afretamento de vinte e uma sondas para exploração do pré-sal no Brasil"..