FHC defende 'serenar ânimos' e pede 'mais tolerância' na política; assista ao vídeo

O assessor de FHC, Xico Graziano, disse que o vídeo foi motivado por cobranças que o ex-presidente recebeu nas redes sociais


São Paulo - Em um vídeo que divulgado nesta terça-feira, nas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) critica o antagonismo de "nós contra eles" na política, diz que o momento é de "serenar os ânimos" e prega a "aceitação do outro" em prol de melhorias para o Brasil.
"O que nós precisamos é de mais aceitação do outro, mais tolerância e ver o que dá para fazer em conjunto pelo País", diz ele no vídeo.

Mesmo pregando o diálogo, FHC diz que o PT é o responsável pela política do "nós contra eles". E cita como consequência negativa o episódio em que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu no rosto do colega Jair Bolsonaro (PSC-SP).

"Veja no que deu essa tentativa no Brasil de jogar ‘nós contra eles’. Isso veio principalmente do pessoal do PT mas agora se generalizou", diz.

"Acho que chegou o momento no Brasil que nós precisamos, não é fazer um acordão de cúpula, mas serenar os ânimos e ver o que é que interessa a todos como um conjunto, como um país, um povo".

O assessor de FHC, Xico Graziano, disse que o vídeo foi motivado por cobranças que o ex-presidente recebeu nas redes sociais após afirmar que Bolsonaro e Wyllys tinham "passado do limite" no episódio.

FHC, no entanto, gravou as declarações às vésperas de uma reunião inédita entre dirigentes do Instituto Fernando Henrique Cardoso e da Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT. A reunião será no dia 18 e irá discutir a pesquisa "Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo", segundo a qual para uma parcela significativa deste eleitorado não existe o conceito de luta de classes, o Estado é visto como inimigo e os únicos caminhos para subir na vida são o mérito e o esforço pessoais.

Diálogo


A abertura de um diálogo entre FHC e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é objeto de esforço de interlocutores em comum desde janeiro, quando o tucano fez uma visita de cortesia à ex-primeira-dama Marisa Letícia no hospital. A possibilidade de que a reaproximação seja vista como uma tentativa de "acordão de cúpulas", porém, é um dos entraves para o diálogo.

"Vejo com bons olhos. Neste clima de terra arrasada não vai ter outro jeito.
Temos que falar sobre o que é caixa 2, como financiar as campanhas, quais serão as regras da política", disse Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula. "Mas tem que ficar bem claro desde o início que não é para abafar nada. Isso é um entrave que faz as pessoas desconfiarem", completou. .