O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão plenária desta terça-feira, 11, mais cedo, sem votar o projeto que cria o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para Estados em calamidade financeira. Maia determinou o fim dos trabalhos, pois não havia quórum suficiente no plenário para analisar a proposta. A previsão agora é de que a proposta só volte a ser votada na próxima semana.
O quórum no plenário começou a diminuir após divulgação da lista dos políticos que tiveram inquérito deferido pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Os pedidos são baseados nas delações premiadas dos 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht. Depois da publicação da lista, deputados começaram a deixar o plenário da Câmara.
Fachin determinou a abertura de inquérito contra nove ministros do governo Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) - como mostram as 83 decisões do magistrado do STF. O grupo faz parte do total de 108 alvos dos 83 inquéritos que a Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao STF com base nas delações da empreiteira.
Essa é pelo menos a quarta vez que a Câmara tenta votar o projeto que cria o RRF. As duas primeiras vezes foram na última quarta, 5, e quinta-feira, 6. O governo, porém, não conseguiu quórum para votar a proposta, adiando para esta semana. Nesta segunda-feira, 10, mais um vez, não houve quórum mínimo de deputados no plenário para realizar a votação.