Brasília, 11 - Novo presidente do Conselho de Ética nega blindagem de investigados, mas sinaliza 'cautela' -
Eleito novo presidente do Conselho de Ética, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) negou que tenha sido escolhido para blindar futuros representados no colegiado. Elmar, no entanto, sinalizou que vai imprimir um ritmo mais "cauteloso" nos trabalhos.
Elmar foi relator do recurso do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2015 e, na ocasião, criticou a condução dos trabalhos no conselho.
Nesta noite de terça-feira, 11, Elmar disse que é necessário que a condução dos processos seja feita por alguém com "afeto a essa questão processual e jurídica para não ter esse tipo de nulidade". "Os fatos mostram que quando se tenta atropelar para dar satisfação a opinião pública, termina atrasando mais o processo. O processo que mais sofreu atraso vocês sabem qual foi. Não dá para passar por cima do devido processo legal", afirmou.
O novo presidente do conselho se disse favorável a cassações de mandato, mas para todos os Poderes. "É (uma medida) extrema, mas necessária, que deveria acontecer tanto aqui como no Judiciário, como no Executivo. O Legislativo continua sendo o mais transparente, disposto a cortar na própria carne. Eu gostaria é que os outros poderes tivessem a mesma disposição", pregou. O parlamentar disse que seguirá a Constituição e o Regimento Interno como "bíblias".
O discurso da ala vencedora no conselho foi de que os processos devem tramitar sem açodamento e sem "caça às bruxas". "Temos de ter cuidado porque não podemos julgar antecipadamente e também não dar asas à impunidade", pregou João Marcelo Souza (PMDB-MA), eleito primeiro vice-presidente.
Decepcionado com a derrota de Sandro Alex (PSD-PR), o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que o resultado na votação se deveu à divulgação dos nomes dos políticos investigados na Operação Lava Jato. "A divulgação da lista fez com que muitos deputados votassem nele (Elmar). O PT votou com o Elmar", criticou.