A Procuradoria questionou Fabio Gandolfo se "compromisso" era sinônimo de propina.
"Propina, propina", disse o executivo.
Segundo Gandolfo, o "compromisso" havia sido assumido pelo executivo Romildo José dos Santos, então assessor de Benedicto Júnior em São Paulo. Benedicto Júnior, o BJ, foi diretor da Odebrecht Infraestrutura e também é delator do grupo.
Fabio Gandolfo prestou depoimento em 15 de dezembro do ano passado na sede da Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul.
"Logo do início do contrato da Linha 2, ele (Romildo) me veio dizendo que tinha um compromisso da empresa com uma determinada pessoa. E que a gente deveria pagar 3%.
O delator afirmou que saiu do contrato da Linha 2 do Metrô em 2006. "O contrato do lote 2 terminou quando eu estava lá. O do lote 3 se estendeu. Eu não sei se foi pago (a José Serra) depois mais coisa."
Gandolfo declarou que o contrato do metrô de São Paulo, linha 2 - verde, foi assinado na década de 90, mas "nunca teve eficácia". O executivo afirmou que foi transferido para São Paulo em 2001 para "tentar viabilizar que esse contrato se tornasse realidade".
De acordo com o delator, em cima do contrato havia diferentes porcentuais a serem pagos.
"Era como se fosse assim, você fechava: eu tenho direito a um limite de 4%. É o que eu posso gastar. No caso dos 3% (a José Serra), como não era eu que determinava quanto, eles me pediam. Eu só programava.
Outro lado
Conforme a assessoria de imprensa de José Serra, o senador "reitera que não cometeu irregularidades em sua longa vida pública, que sempre foi pautada pela lisura, ética e transparência". "A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal servirá como oportunidade para demonstrar que as acusações e o conteúdo das delações são fantasiosos e infundados", destacou a assessoria..