"Tinha esse nome porque a gente dizia que o Rio de Janeiro era uma Casa de Doidos. Era uma conta que se usava para pagar várias coisas ao mesmo tempo", disse. "Era uma rubrica para pagar coisas extemporâneas", explicou Silva Júnior, conhecido como BJ.
Quando falou da "Casa de Doidos", BJ explicava os pagamentos que, segundo ele, foram realizados ao ex-secretários de Transportes do Rio Júlio Lopes. Segundo o executivo, Lopes recebeu em 2013 mais de R$ 6,5 milhões por meio de três codinomes. Foram R$ 1.105.900 na cota "Pavão", R$ 2.259.000 para "Velho" e outros R$ 3.170.420 na rubrica "Casa de Doidos", segundo BJ.
Os pagamentos foram feitos naquele ano, segundo o delator, para garantir que Júlio Lopes "não criasse problema" nas obras de construção da linha 2 do Metrô do Estado.
"Aqui o que posso assegurar ao sr. é que o que ele acabou fazendo foi não gerar nenhum problema a gestão do dia a dia do Metrô linha 2, que era a coisa mais importante que estava acontecendo no Rio de Janeiro", disse ao procurador da República que tomou seu depoimento.
Ele também relatou pagamentos em 2008 e em 2012 a serem repassados ao PP para que a legenda se mantivesse na base de apoio do PMDB. Júlio Lopes é descrito por Benedicto Júnior como a "extensão dos braços" do hoje vice-governador do Rio, Francisco Dornelles.
Na planilha que apresentou como "prova de corroboração" de sua delação, BJ relata o pagamento de R$ 246,6 milhões, via caixa 2, a políticos de diversos partidos e Estados entre os anos de 2008 e 2014.
Entre eles estão quatro ex-governadores do Rio e o atual mandatário do Executivo fluminense, Luiz Fernando Pezão, e dois ex-prefeitos da capital, César Maia e Eduardo Paes, além do presidente da Assembleia Legislativa do Estado Jorge Picciani.
A reportagem procurou o deputado Júlio Lopes, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para sua manifestação..