Depois de reclamarem que não foram atendidas na Reforma da Previdência, as mulheres serão ouvidas nesta segunda-feira (17) pelo presidente Michel Temer (PMDB), na véspera da entrega do relatório do deputado Arthur Maia (PPS/BA), que trará a nova versão do texto.
As parlamentares governistas, que somam 42 cadeiras, foram chamadas pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, para um encontro às 18:30 no Palácio do Planalto.
A questão vital para a bancada feminina, segundo a coordenadora, deputada Soraya Santos (PMDB/RJ) é a diferenciação da idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres. Elas querem reduzir a idade mínima para as trabalhadoras poderem conseguir o benefício.
“Essa diferença é um ponto fundamental porque simboliza a desigualdade existente no Brasil em relação a homens e mulheres. Quando a Constituição fez essa diferença foi para chamar a atenção porque as mulheres ainda ganham 30% menos que os homens, não ocupam espaços de poder e fazem dupla jornada, em alguns casos até tripla”, afirmou.
De acordo com Soraya Santos, a Constituição de 1988 fala em 65 anos para homens e 60 para mulheres e, ainda que a expectativa de vida tenha aumentado, isso ocorreu para ambos os sexos. “Só vai mudar essa diferença na hora que elas não estiverem em dupla jornada, mas infelizmente, as mulheres trabalham em dobro. Quando isso não acontecer mais termos prazer em votar uma reforma que iguale as idades”, afirmou.
Como devem ser mantidos os critérios no relatório que será votado na comissão especial, a bancada feminina deve apresentar, em plenário, uma emenda reduzindo para 62 anos a idade mínima da mulher para se aposentar.