O ministro explicou que essa infinidade de partidos é fruto do bipartidarismo, do período de autoritarismo pelo qual passou o País. "Pervertemos o modelo proporcional, que já é singular, e permitimos essa soma de letras com consequências gravíssimas para o todo. O modelo faz com que as eleições tenham as distorções que todos conhecemos", considerou.
Para quem critica a possibilidade de se esconder candidatos num processo de votação com lista fechada, Mendes argumentou que, na lista aberta, já se tem esse modelo: "Se votou em Tiririca e se elegeu Valdemar da Costa Neto. É mais fácil esconder nesse sistema de lista aberta", defendeu.
O ministro disse também que o Judiciário tentou algumas vezes alterar o sistema político, mas que sempre houve uma resposta contrária do Legislativo, como no caso do projeto que foi chamado de verticalização pelos parlamentares e que acabou permitindo a livre coalizão. "Parece que há um diálogo de surdo entre os dois Poderes, se é que isso é possível."
Mendes participa do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, em Lisboa, promovido pela Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (EDB/IDP) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL)..