São Paulo - O ex-superintendente da Odebrecht em São Paulo Carlos Armando Paschoal afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal, que a empreiteira pagou R$ 24,6 milhões em propina ao PSDB como contrapartida de um acordo no qual a gestão do então governador José Serra (2007-2010) aceitou ressarcir a construtora em R$ 191,6 milhões em processo judicial referente à construção da Rodovia Carvalho Pinto, no fim da década de 1990.
Paschoal disse que os pagamentos ilícitos foram feitos entre 2009 e 2010 a dois intermediários do hoje senador: Márcio Fortes, ex-tesoureiro do PSDB e então presidente da Emplasa, e o empresário Ronaldo Cezar Coelho. O executivo apresentou planilhas e dados sobre contas bancárias no exterior para comprovar os pagamentos.
A assessoria do tucano afirma, em nota, que a obra "foi concluída muito antes de Serra ser governador" e que ele "jamais tomou medidas que tenham beneficiado a empreiteira em nenhum dos diversos cargos que ocupou em sua longa carreira pública". Já a Dersa afirma que "tomou conhecimento destas denúncias pela imprensa e neste momento avalia, junto aos seus advogados, os termos e as condições que o referido acordo foi celebrado, bem como medidas a serem tomadas no sentido de um ressarcimento da suposta perda".