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Estado de Minas

João Santana e Mônica Moura faltaram com a verdade, diz Dilma

Segundo o casal, a ex-presidente tinha conhecimento dos pagamentos ilícitos feitos para a sua campanha eleitoral em 2014


postado em 24/04/2017 21:13 / atualizado em 24/04/2017 21:55

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta segunda-feira (24), em nota enviada por meio de sua assessoria de imprensa, que o marqueteiro João Santana e a empresária Mônica Moura "faltaram com a verdade" nos depoimentos prestados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Segundo o casal, Dilma tinha conhecimento dos pagamentos ilícitos feitos para a sua campanha eleitoral em 2014. João Santana teria conversado com a então presidente da República em meados de maio de 2014 sobre os pagamentos que seriam feitos via caixa 2. O atraso nos repasses teria sido tratado posteriormente por Mônica Moura em encontros com o então ministro Guido Mantega e Edinho Silva, tesoureiro da campanha.

A presidente também teria questionado o casal se era seguro o pagamento feito utilizando uma conta no exterior.

O casal João Santana e Mônica Moura, responsável pelas campanhas de Dilma em 2010 e 2014, prestou depoimento ao ministro Herman Benjamin, no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger, em 2014.

"Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada", diz a nota enviada pela assessoria da petista.

Segundo Dilma, "tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura".

Confira a íntegra da nota:

"NOTA À IMPRENSA

Sobre os depoimentos de João Santana e Mônica Moura

1. João Santana e Mônica Moura faltaram com a verdade no depoimento colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova.

2. Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada.

3. Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.

4. As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Mônica Moura foram os profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.

5. Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.

6. A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em outra oportunidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

DILMA ROUSSEFF"


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