Centrais sindicais mobilizam trabalhadores para greve geral

Paralisação está marcada esta sexta-feira (28) e acreditam que vão conseguir parar o país

Juliana Cipriani
As centrais sindicais prometem parar o país nesta sexta-feira em um recado ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) e aos congressistas contra as reformas da Previdência e trabalhista.


Com o mote “nenhum direito a menos”, rodoviários, metroviários, professores, metalúrgicos, servidores públicos e outras categorias dizem que vão cruzar os braços para protestar contra os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional.

Em Minas Gerais, estão programados atos públicos e é esperada pelos organizadores uma adesão maciça dos trabalhadores.


As mudanças feitas no parecer do relator da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS/BA), não foram suficientes para conquistar a adesão popular ao projeto de Temer.

Pesquisas recentes mostram que a maior parte da população é contra a Reforma da Previdência, que também encontra fortes resistências entre os parlamentares.

Para a presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, vai ser a maior mobilização dos últimos tempos.

A expectativa é ter a paralisação de mais categorias do que as que se mobilizaram em 15 de março. “Não temos dúvida de que será a maior mobilização, mas o objetivo neste dia 28 não é ter uma multidão na rua, porque não vai ter transporte, o que nos interessa é a paralisação dos trabalhadores”, afirmou.

As centrais sindicais de Minas se reúnem na Praça da Estação pela manhã.

Também vai haver atos em outros municípios.

O balanço das adesões será apresentado hoje por Beatriz Cerqueira, que adiantou que vão participar profissionais da educação nas redes pública e particular, rodoviários, universidades, Copasa e Cemig, bancários, correios, comerciários, servidores, petroleiros e metalúrgicos, entre outros.



Os profissionais da saúde também prometem parar em todo o estado, funcionando apenas hospitais e unidades de pronto atendimento com 30% das equipes.

Os metroviários ainda não decidiram.

Em outras capitais, a movimentação para organizar os atos de sexta-feira também são intensas.

Em Pernambuco, policiais civis indicaram que vão participar da paralisação em protesto contra as reformas da previdência e trabalhista. No Recife, guardas municipais também decidiram aderir ao movimento. A paralisação está sendo convocada pela Cut, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, CGTB e Conlutas, que juntas, reúnem mais de 10 milhões de trabalhadores em todo o país, além de frentes de esquerdas e movimentos populares.

Metroviários e trabalhadores em transporte rodoviário de São Paulo estão entre os que já anunciaram que vão parar. Os bancários também decidiram participar. Em São Paulo, a maior parte das agências vai fechar as portas. Pilotos e comissários de bordo farão assembleia na quinta-feira para decidir se vão aderir à paralisação.

Além de pedir a paralisação das categorias de trabalhadores, as centrais sindicais estão orientando as pessoas a não saírem de casa. Mensagens pelas redes sociais dizem que ficar em casa ajuda a dar força ao protesto. A mobilização ocorre na semana em que a Reforma da Previdência é debatida pelos parlamentares e a Trabalhista foi aprovada em comissão.

 

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