Yonamine é réu em ação penal que investiga se Lula teria recebido propinas de R$ 3,7 milhões da OAS - parte teria sido repassada ao petista por meio de investimentos no imóvel. O empreendimento foi assumido pela OAS, em acordo com cooperados da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).
O executivo relatou ter organizado, com Léo Pinheiro, a visita de Lula ao triplex, em 2014. O encontro teria sido conduzido por Léo Pinheiro e, segundo Yonamine, foi "uma apresentação do apartamento".
Na ocasião, não houve pedidos do petista, mas algumas "preocupações" foram externadas a respeito do imóvel, afirmou o executivo.
"Que eu tenho lembrança, uma escada que era muito estreita e uma preocupação da exposição do ex-presidente em relação a ter apartamento. Da exposição da vizinhança e tudo mais", relatou.
A reforma custou R$ 1,5 milhão, segundo os cálculos do executivo da OAS, e o projeto final previa um novo quarto, um elevador, uma reforma nas escadas, a mobília e os equipamentos da cozinha.
"Essa foi uma reforma totalmente atípica - pedido atípico e único que doutor Léo fez. Ele não deu explicação, fez um pedido", lembrou.
Defesa
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente, divulgou a seguinte nota:
"A narrativa de Paulo Gordilho, ex-diretor técnico da OAS Empreendimentos, de que soube em 2011 que a unidade 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá, havia sido reservada para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou isolada e sem nenhuma evidência após ele reconhecer, em respostas a perguntas da defesa, que não tinha qualquer conhecimento ou atuação na área de vendas da empresa.
A declaração também destoa não apenas das 73 testemunhas que o antecederam nos depoimentos sobre o caso triplex - entre eles funcionários da companhia -, mas também do que afirmou Fábio Yonamine, ex-presidente da mesma OAS Empreendimentos. Gordilho e Yonamini foram ouvidos hoje em Curitiba e também são réus na ação penal.
Subordinado a Léo Pinheiro, Yonamine foi categórico ao dizer que a área financeira da OAS Empreendimentos não tinha conhecimento de reserva de qualquer unidade para o ex-presidente - que nunca nenhum pedido lhe foi feito por Pinheiro nesse sentido - e que a unidade 164-A sempre integrou o estoque da empresa, ou seja, era e continua sendo um ativo da OAS.
A mesma informação havia sido prestada em depoimento por Igor Pontes e Mariuza Marques, ambos também da OAS Empreendimentos. Pontes foi ouvido no processo como testemunha, com obrigação de dizer a verdade, e reforçou, em seu depoimento, que a reforma era 'para melhorar a unidade, já que era muito simples, com o intuito de facilitar o interesse de Lula pelo apartamento'.
O pedido de reforma do triplex foi feito a Yonamine por Pinheiro, que pediu igualmente que ele organizasse uma visita à unidade para Lula e d.
Quanto às melhorias feitas no sítio de Atibaia, de propriedade de Fernando Bittar, registra-se que o próprio Gordilho reconheceu ter estado com ele na propriedade e que era Bittar quem sempre tratou com a OAS sobre o imóvel.".