Manifestantes começam a se concentrar na Praça da Estação

Grupos da Cut, servidores do Judiciário, Correios e outras categorias aguardam embaixo de marquises. Também vieram se manifestar religiosas e pessoas comuns

Juliana Cipriani
Irmãs da congregação Imaculada da Conceição participam da concentração contra a reforma da previdência - Foto: Juliana Cipriani /EM/D.A.Press

Debaixo  de chuva, manifestantes começam a se concentrar na manhã desta sexta-feira na Praça da Estação, Centro de Belo Horizonte.  Grupos da Cut,  servidores do Judiciário, Correios e outras categorias  aguardam embaixo de marquises. Também vieram se manifestar religiosas e pessoas comuns.

A dona de casa Cátia Xavier,  55 anos,  diz que está  perto de se aposentar  mas está preocupada com os  filhos.  "Estamos voltando uns 100 anos,  tudo que conquistamos estamos perdendo: férias, 13o,  e vem  a terceirizacao, isso é  um absurdo,  uma escravidão ", afirma.  Cátia  se revolta com a baixa presença de populares na praça.  "Era pra estar todo mundo aqui.  É  melhor perder um dia de trabalho do que  a aposentadoria", disse.

A irmã  Cecília  veio com um grupo da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.  "Viemos protestar porque  do jeito que  está  o país  não está  legal.  Os direitos dos trabalhadores estão sendo destruídos de uma hora para outra", afirmou. A irmã afirma que  a fundadora da congregação, Santa Paulina,  deixou-lhes a missão de servir os mais necessitados. " Estamos junto com aqueles que precisam para defender a vida.  Aqui é  um espaço  para isso", diz.Os carros de som  tocam músicas com mensagens contra a reforma da Previdência.

Vendedor aborda passageiros para vender capas de chuva - Foto: Juliana Cipriani /EM/D.A.Press

No dia de paralisação geral, quem aproveitou para trabalhar no protesto contra a reforma da Previdência foram os ambulantes. Pelo menos quatro deles circulam na manhã desta sexta-feira na praça da estação vendendo capas de chuva.

O vendedor Marco Antônio trouxe 300 capas para vender a R$ 5. E todos estão comprando. "Sou trabalhador informal, vivo da oportunidade", justifica, sem causar revolta dos que defendem a greve. "Ele está vendendo o kit Fora Temer", diz um manifestante.

Marco Antônio faz questão de dizer que é contra as reformas de Temer. "Quem for a favor de um negócio desses não é brasileiro. Estão doidos pra prender o Lula mas ele vai voltar", diz.

Segundo a presidente da CUT, Beatriz Cerqueira, são mais de 60 atos acontecendo em Minas Gerais. Ela destaca a grande adesão dos trabalhadores paralisados. “Tivemos vários atos tançados agora pela manhã”, afirmou. “É a maior mobilização que já fizemos. Não tem como o Temer e o congresso ignorarem o que está acontecendo hoje”, completou.

Concentração de manifestantes na Praça da Estação, no Centro de BH - Foto: Juliana Cipriani /EM/D.A.Press

 

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