São Paulo, 28 - O presidente da República, Michel Temer, afirmou que a reforma da Previdência é necessária por uma "questão singela". "É para garantir que os que vão se aposentar no futuro tenham suas pensões. Hoje temos um déficit (na Previdência) de R$ 200 bilhões. Quando se fala isso, significa que não vão ser construídos escolas e hospitais, que os salários são colocados em risco", afirmou em entrevista ao "Programa do Ratinho", do SBT. A conversa veiculada nesta sexta-feira foi gravada no Palácio do Planalto durante a semana, antes, portanto, da greve geral realizada hoje.
De acordo com Temer, a reforma da Previdência não traz "nenhum" prejuízo aos mais pobres. Além disso, "quem já se aposentou não perde nenhum direito", frisou. Com relação à aposentadoria rural, o presidente comentou que o governo está "mantendo basicamente o que existe". "Ouvimos o Congresso Nacional, que disse que não poderia negociar (a aposentadoria rural). A questão do trabalhador continua igual, sem prejuízos."
Ainda em relação à reforma da Previdência, tema que ocupou a maior parte dos 30 minutos de entrevista, Temer disse que haverá "igualdade" entre funcionários públicos e privados. "Políticos não terão aposentadoria diferenciada. Essa reforma deveria ter acontecido há 10 anos. Alguns países tiveram de congelar salários de servidores e de aposentados por quatro ou cinco anos para realizar a reforma da Previdência."
Para o presidente, caso tal reforma não passe no Congresso, o "desemprego não vai diminuir". "O desemprego já está caindo e cairá substancialmente mais após a reforma da Previdência." Por fim, Temer garantiu que aposentados com até dois salários mínimos poderão acumular pensão por morte. (José Roberto Gomes - jose.roberto@estadao.com)