O Superior Tribunal de Justiça (STJ) poderá processar o governador Fernando Pimentel (PT) por crime comum sem a necessidade de autorização da Assembleia Legislativa. Até a decisão sobre abertura do processo, o petista, que se manifestou sobre a decisão em um vídeo ao vivo, na noite desta quarta-feira, permanece no cargo.
O entendimento foi firmado nesta quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar uma ação direta de inconstitucionalidade (adin) em que o Democratas questiona artigo da Constituição do Estado que condicionava a abertura de ações penais contra governador ao aval da Assembleia Legislativa.
Dos 11 ministros do STF, oito deles já votaram: sete pela inconstituconalidade da regra e apenas um, Dias Toffoli, pela necessidade de autorização dos deputados estaduais.
A sessão foi suspensa durante 30 minutos e ainda restam votar, ainda nesta quarta-feira, os ministros Cármen Lúcia, Celso de Mello e Ricardo Lewandowiski.
Também está sendo discutido se o governador deverá ser afastado imediatamente do cargo. Por enquanto, a maioria dos ministros entendeu que cabe ao STJ decidir sobre o assunto.
A discussão em torno da abertura de um processo contra o governador de Minas se dá pelas investigações da Operação Acrônimo. Em maio de 2016, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Pimentel ao STJ por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Fernando Pimentel é acusado de receber propina da montadora de veículos Caoa para favorecê-la no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pasta que comandou entre 2011 e 2014 durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O petista e a empresa negam irregularidades.
Em pronunciamento em vídeo, ao vivo, no Facebook, o governador se mostrou otimista em relação ao entendimento do Supremo.
Assista à íntegra do vídeo do governador Fernando Pimentel:
Ofício
O STJ encaminhou um ofício com pedido de abertura do processo à Assembleia Legislativa, no ano passado. A Comissão de Constituição e Justiça da Casa, no entanto, aprovou parecer negando a abertura do processo judicial contra o petista.
A votação ocorreu depois de cinco horas e meia de debates entre governistas e oposição. Depois na aprovação na CCJ, o parecer ainda teria que passar pelo plenário, mas a tramitação do ofício foi suspensa pelo próprio STJ.
O DEM recorreu então ao STF com o argumento que a Constituição mineira não prevê a autorização do Legislativo para a abertura de ação por crime comum contra o governador.
Vídeo
.