Quem viu o ex-ministro José Dirceu saindo da cadeia na última quinta-feira, depois de conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), pôde perceber um homem bem mais magro, envelhecido e abatido do que aquele que foi preso pela primeira vez em novembro de 2013.
Como eles, outros presos da Operação Lava-Jato sentiram também no físico o efeito do tempo que passaram ou ainda passam nas celas, bem diferentes das casas e locais luxuosos que frequentavam. Que o diga o ex-bilionário Eike Batista. Ele deixou Bangu, no Rio de Janeiro, no último dia 30, também com o aval do STF, sem os cabelos, que todos descobriram ser peruca durante sua estadia na cadeia. Sem curso superior, ele foi direto de Nova York, onde participava de eventos como empresário, para uma cela de 15 metros quadrados, sem vaso sanitário e com um cano de água fria como chuveiro. Eike dividiu o presídio com os detentos da faxina, aqueles que fazem o trabalho interno nas instituições de custódia, e, de almoços luxuosos, passou a comer arroz e macarrão.
José Dirceu, ainda em março de 2014, quando fotografado dentro do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília, já aparecia bem mais magro e abatido. Naquela época, o petista havia emagrecido 16 quilos. Em novembro daquele ano, Dirceu foi para casa cumprir prisão domiciliar, mas a liberdade durou pouco. Em agosto de 2015, foi preso novamente, desta vez na 17ª fase da Operação Lava-Jato, investigado por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Outro que apareceu recentemente mais magro e com cabelos brancos foi o ex-ministro Antônio Palocci, que tenta um habeas corpus e indicou que pode fazer uma delação premiada nos próximos passos da Lava-Jato..