O juiz federal Nivaldo Brunoni, do Tribunal Regional da Federal da 4ª região, negou nesta terça-feira o pedido feito pela defesa do ex-presidente Lula para adiar o depoimento dele no âmbito das investigações da operação Lava-Jato. O habeas corpus havia sido impetrado nessa segunda-feira pela defesa do petista sob o argumento de que os advogados não tiveram acesso à integra dos documentos do processo. Assim, fica confirmada a fala de Lula ao juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira, em Curitiba (PR).
Ainda de acordo com a defesa do ex-presidente, foram juntados ao processo “expressivo volume de documentos”, cerca de 100 mil páginas, a poucos dias do interrogatório. A proximidade com a data do depoimento não daria tempo habil para que fosse feita a análise do material juntado aos autos.
Segundo os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, os documentos – referentes a contratos entre a Petrobras e a OAS – eram solicitados desde outubro do ano passado.
Para o juiz Nivaldo Brunoni, que substitui o desembargador João Pedro Gebran Neto, que está em férias, os papeis juntados ao processo não estariam relacionados ao contratos da denúncia. Ainda segundo ele, a defesa não pode “escolher” a forma como os interrogatórios ocorram.
“A ampla defesa não pode ser confundida com a possibilidade de a defesa escolher a forma que entender mais adequada, mesmo sem qualquer utilidade prática”, argumentou o magistrado.
Foi negada também outro pedido feito pela defesa de Lula de que a tramitação da ação fosse suspensa até a defesa examinasse todos os documentos.