O ex-presidente Lula disse em depoimento nesta quarta-feira ao juiz Sérgio Moro que não teve intenção de adquirir o apartamento Triplex no Guarujá. Na ação, Lula é acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões de propinas da OAS do caso. “Nunca tive intenção de adquirir o triplex, afirmou.
Ainda em outro trecho, Lula afirma que só tratou do apartamento com Léo Pinheiro apenas uma vez. “Eu tratei do Triplex com o Léo uma vez que ele foi no instituto dizendo que eu tinha visitar, e o dia que eu fui visitar o prédio. Nunca mais tratei de triplex, nem de quadriplex.”, declarou ao juiz.
Ainda de acordo com o petista. Ele esteve com Léo Pinheiro em dezembro de 2013 e visitou o imóvel em fevereiro de 2014.
Moro perguntou se Lula tinha desistido do tríplex depois que ele visitou o imóvel. "O senhor decidiu que não ia ficar com esse primeiro tríplex já na primeira visita que o senhor fez em fevereiro de 2014?."
"Foi isso. Nunca solicitei e nunca recebi apartamento. Imagino que o Ministério Público vai na hora que for falar apresentar as provas. Eles devem ter pelo menos algum documento que prove o direito jurídico de propriedade para dizer que é meu o apartamento."
O ex-presidente, quando questionado por Moro sobre uma visita de Marisa Letícia, esposa dele, respondeu que não tinha conhecimento sobre o assunto. "Eu não sabia que tinha tido visita. Não sei se o senhor tem mulher, mas nem sempre ela pergunta para a gente o que vai fazer", declarou
O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em 2017) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico", atual Solaris, em abril de 2005.
Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.
Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.
Com Agência Estado