O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na noite desta quarta-feira o desejo de ser candidato à Presidência da República e que acredita que o julgamento dele não deve ser feito somente pela Justiça, mas também nas urnas. Lula ainda afirmou que vem sendo "massacrado" nos últimos anos e que esperava encontrar provas contra ele hoje, mas que nenhuma materialidade foi apresentada contra ele, em relação a posse do triplex no Guarujá (SP).
"Eu não quero ser apenas julgado pela Justiça. Quero antes ser julgado pelo povo brasileiro", afirmou o ex-presidente. "Não quero ser julgado por convicções, mas por provas." Mais cedo, a Secretaria de Segurança de Pública do Paraná, estimou que cerca de seis mil pessoas participavam do ato e foram até a capital paranaense para apoiar o petista.
Os organizadores disseram que havia cerca de 50 mil pessoas na praça Santos de Andrade.
Lula participou do protesto logo após o depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava-Jato. A suspeita é que o petista seja o verdadeiro dono do tríplex do Guarujá (SP).
"Eu quero respeito às leis e em troca quero respeito", afirmou, em referência ao juiz Moro. "Se tem um brasileiro em busca da verdade, sou eu. Virei a quantas audiências forem necessárias."
O ex-presidente também deu a sua versão para o depoimento. De acordo com Lula, ele esperava que "acusadores mostrassem algum documento de que eu seria o dono do apartamento". "Mas eles perguntaram se eu conheço (Candido) Vaccari e Paulo Okamotto, e não tenho vergonha deles", afirmou.
O interrogatório começou às 14h18 e terminou às 19h10. Primeiro Lula respondeu a perguntas de Moro, depois foi a vez da assistência da acusação, seguida dos procuradores do Ministério Público Federal. Foi feita então uma pausa para água, café e banheiro.
Depois de 10 minutos, o interrogatório foi retomado e Moro fez novas perguntas. Pouco antes das 19h, outro intervalo foi feito e no retorno apenas considerações finais.
Com Agência Estado