"Espero que não seja por esta minha resposta que eu seja condenado", diz Lula sobre propina da OAS

Ex-presidente se irritou ao ser questionado pela Procuradoria sobre conversa com João Vaccari Neto, ex-presidente do PT, se ele havia recebido propina em nome do partido

Estado de Minas

O ex-presidente Lula se irritou durante depoimento nesta quarta-feira ao ser insistentemente questionado pela Procuradoria sobre se havia conversado João Vaccari Neto, ex-presidente do PT, se ele tinha recebido vantagens indevidas em nome do partido, conforme relataram delatores ao juiz Sérgio Moro. 


Questionado por um dos procuradores se ele conversou com Vaccari a respeito da arrecadação de propinas, Lula foi evasivo e respondeu que não faalava de finanças do PT, já que não integrava a direção do partido.

Porém, o procurador insistiu, gerando reação de Lula: “Não importa se eu perguntei ou não. Ele sempre negou. Negou pela imprensa, negou publicamente”. Em seguida, Lula ainda disse que “não interessa se eu perguntei ou não”.

 
Após esta resposta, Lula acabou se irritando quando o procurador da República mais uma vez insitisiu no assunto. “Para acabar com a nossa polêmica, vamos dizer: eu perguntei e ele disse que não. Está bem assim? Porque você precisava de qualquer jeito de uma resposta então eu estou dando.

Ia ficar nesse trocadilho entre um procurador e um ex-presidente, então eu quero resolver isso. Espero que não seja por essa resposta minha que eu seja condenado”, afirmou Lula.

Denúncia


A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio – de um valor de R$ 87 milhões de corrupção – da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

Com informações da Agência Estado

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