No dia seguinte ao encontro com Lula no prédio da Justiça Federal, o procurador, que estava na sala do interrogatório na tarde de quarta, lamentou o fato de o petista ter imputado à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, a intenção de adquirir o tríplex no Guarujá (SP), objeto da ação penal, como investimento.
"No geral, eu não vi nenhuma consistência nas alegações (de Lula).
O procurador avaliou que o depoimento "transcorreu como tinha que transcorrer" e criticou os advogados do petista por ter criticado o MPF e acusado os procuradores e o juiz Sérgio Moro de terem feito perguntas que não constam na denúncia. "Talvez a defesa devesse olhar os autos com mais cuidado", disse.
Para Santos Lima, a afirmação dada pelos advogados de Lula em coletiva de imprensa após a audiência sobre a atuação de Moro e do MPF no interrogatório "talvez sirva para confundir" e é "inadmissível". "Para nós, ela é absolutamente sem sentido e capciosa", completou.
Comentando o embate travado entre Lula e Moro quando o juiz questionou o réu sobre afirmações feitas na semana passada, quando o petista disse que prenderia quem hoje "inventa mentiras contra ele", o procurador minimizou os efeitos das declarações de Lula. "Presidente não manda prender. Então isso era uma coisa que só podia ser uma forma de se expressar um pouco mais eloquente", comentou.
O procurador afirmou que, obrigatoriamente, o MPF vai pedir mais diligências antes das alegações finais no processo. Santos Lima disse que os procuradores estão definindo neste momento o conteúdo dos próximos pedidos à Justiça..