As declarações, segundo a entidade, foram feitas no âmbito de processo em que Lula é réu pelo suposto recebimento de R$ 3,7 milhões de propinas da OAS. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís Boudens, afirmou que "atribuir a inserção de provas dentro do local de busca é uma afronta à Polícia Federal".
Lula teria feito a insinuação de prova plantada quando o juiz Sérgio Moro, que o interrogou nesta quarta-feira, o questionou sobre documento sem assinatura que agentes da Polícia Federal apreenderam no apartamento em São Bernardo do Campo onde o ex-presidente mora.
O endereço foi alvo de buscas na Operação Aletheia, desdobramento da Lava-Jato, no dia 4 de março de 2016. Naquele mesmo dia, os federais conduziram coercitivamente o petista para depor em uma sala no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Congonhas.
"Lula foi pego de surpresa pelo documento exibido por Moro. Ele reagiu de pronto, não pode ter uma reação calculada ou ensaiada. Não vamos permitir que essa alegação de Lula gere como efeitos processos administrativos contra os colegas federais ofendidos", declarou Luís Boudens.
A entidade ainda afirma que "a fala de Lula vai gerar consequências" e que o ex-presidente fez uma "denunciação caluniosa contra a PF".
"Vamos esperar os efeitos do judiciário em resposta ao que Lula alegou. A fala dele exige uma reação, foi uma afronta à PF jamais ocorrida durante toda a Lava Jato", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-presidente Lula, mas não obteve resposta.
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