Segundo a delatora, a campanha de Patrus custou R$ 12 milhões, dos quais R$ 8 milhões foram pagos com "contribuição oficial" e R$ 4 milhões em "valores não oficiais".
Em sua delação, a mulher do marqueteiro João Santana relata um episódio no qual ela recebeu R$ 800 mil em São Paulo.
Em um outro depoimento, o assistente André Santana, que atuava como emissário do casal Moura e Santana, menciona o mesmo episódio envolvendo Pimentel - na época dos fatos, o petista era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma Rousseff. André Santana informou em sua delação ter recebido de Moura uma maleta contendo R$ 800 mil e disse que a entregou a Pimentel na recepção do Hotel Grand Mercure, em São Paulo.
O assistente contou ao Ministério Público Federal que Mônica lhe pediu para entregar a maleta a Pimentel, "pois ele iria levá-la de São Paulo para Belo Horizonte, para que lá fossem efetuados pagamentos da campanha de Patrus Ananias".
Moura também disse ao Ministério Público Federal que, quanto à dívida da campanha municipal, a então presidente Dilma Rousseff (PT) lhe informou que solicitaria auxílio de Antonio Palocci para quitá-la. "Foi então que Palocci informou a Mônica que a outra parte dos valores não oficiais seria quitada pela empresa Odebrecht e, dessa forma, foram pagos R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) no ano de 2013 com depósito na conta Shellbill Finance", destaca em despacho o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Em nota, o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) informou que todas as doações para a campanha de 2012 "foram recebidas das instâncias partidárias e que todas as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral". "Reafirmo minha posição contrária ao financiamento empresarial a partidos e a campanhas eleitorais", diz a nota de Patrus.
O advogado Eugênio Pacelli, defensor de Pimentel, disse desconhecer os termos da colaboração do casal de marqueteiros. "Não comentamos mais as tentativas exitosas de delatores em se verem livres de suas responsabilidades, por meio de mentiras desprovidas de qualquer elemento de prova. Ministro de Estado conduzindo mala de dinheiro pessoalmente? Não havia ninguém para fazer isso? Francamente", comentou Pacelli.
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