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Estado de Minas

Sérgio Moro e ex-ministro Cardozo ficam lado a lado durante debate em Londres

Evento ocorreu três dias depois do depoimento do ex-presidente Lula, em Curitiba. "Não sei se alguém esperava um confronto", disse Moro


postado em 13/05/2017 13:28 / atualizado em 13/05/2017 16:01

O juiz Sérgio Moro e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo dividiram a mesma mesa(foto: Reprodução/Facebook )
O juiz Sérgio Moro e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo dividiram a mesma mesa (foto: Reprodução/Facebook )

O juiz Sérgio Moro e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo dividiram a mesma mesa durante um debate na tarde deste sábado no Brazil Forum UK, realizado na Universidade de Oxfor, em Londres. Ambos discutiram o papel do Judiciário na democracia brasileira, mas a operação Lava-Jato não deixou de ser um dos temas levantados pelo magistrado. Sentados lado a lado, eles mantiveram um clima amistoso. O evento ocorreu três dias depois do depoimento do ex-presidente Lula, em Curitiba.

Sérgio Moro chegou sob aplausos e vaias. "Não sei se alguém esperava um confronto", brincou ao abrir a apresentação. Durante a fala sobre o papel da Justiça, o juiz citou a Lava-Jato e destacou que a operação revelou o quanto a corrupção está espalhada pelas instituições brasileiras. "O que foi evidenciado por esses casos é o que chamamos de corrupção sistêmica, não isolada no tempo e no espaço, mas de uma prática habitual, serial, profunda e penetrante. Temos um ex-presidente da Câmara condenado, o que mostra que o grau de contaminação das instituições foi profundo".

Moro também discutiu a polêmica que envolve a aplicação de prisões preventivas, defendendo esse recurso em casos excepcionais. "Temos que evitar o risco máximo de que um inocente seja eventualmente preso antes de julgamento, porque isso potencializa erro judiciário. Não obstante, a nossa lei permite que o juiz adote esse regime drástico com objetivos previstos em lei, como de proteger a investigação criminal".

Ao defender o seu ponto de vista, o juiz citou o caso do primeiro diretor da Petrobras preso em 2014. Inicialmente, houve apenas ordem de busca e apreensão, mas, alguns dias depois, descobriu-se que os familiares estavam ocultando provas, o que levou a Justiça a decretar a prisão do envolvido. Moro ainda destacou a decisão que considerou corajosa do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar a prisão preventiva de um senador em exercício (Eduardo Cunha). "Também defendo a prisão preventiva para evitar fuga ou colocar em risco a aplicação da lei. Todos os quatro ex-diretores da Petrobras movimentaram ativos no exterior mesmo durante a investigação, o que seria um potencializador de fuga", esclareceu.

Antes da fala de Moro, o ex-ministro Cardozo voltou a falar de reforma política e combate à corrupção ao classificar o sistema político brasileiro de 'anacrônico'.

Ex-ministro

Ao depor na Lava-Jato em março deste ano perante o juiz Sérgio Moro, o ex-ministro José Eduardo Cardozo do governo Dilma disse que a prática de caixa 2 em campanhas eleitorais “é histórica e recorrente, fruto de um sistema político anacrônico”, e acrescentou que a prática não está necessariamente associada a ato de corrupção ou lavagem de dinheiro.

Na ocasião, Moro ouviu testemunhas ligadas à ação na qual o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, o homem forte dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, é acusado de relações irregulares com a empreiteira Odebrecht.


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