Edinho foi ministro da Secretaria de Comunicação e hoje é prefeito de Araraquara, no interior de São Paulo. Responsável pela contabilidade da campanha presidencial petista, Edinho rechaçou a acusação de que houve caixa 2 na campanha, afirmou que os pagamentos aconteceram de forma lícita, por meio de transferência bancária.
Ao total, segundo o ex-tesoureiro, foram R$ 70 milhões pagos aos marqueteiros, valor que ele classificou na época de "absurdo". O prefeito condenou o ambiente de desespero que permeia as delações e afirmou que o momento é de se apresentar as provas. "Agora tem de ter de ter a materialidade", cobrou.
Edinho participa de um evento no plenário da Câmara dos Deputados que discute a situação financeira dos municípios brasileiros. O petista evitou comentar a possibilidade de delação premiada do ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. "Precisa ver se ele vai fazer a delação", respondeu.
Sobre o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, na semana passada, Edinho concluiu que o líder petista foi "muito transparente". "Ele fez o que é possível num depoimento", disse.
Saída política
O ex-tesoureiro manifestou preocupação com o momento político do País, apontou o "esfacelamento das instituições" e defendeu que as principais lideranças políticas façam um pacto pela democracia para dar "tranquilidade institucional".
Na opinião do petista, "todos os partidos estão no fundo do poço" e precisam dialogar. De acordo com Edinho, o ex-presidente Lula está disposto a esse diálogo. "As alternativas que emergem são no campo do autoritarismo", observou. Neste cenário de crise política, afirmou Edinho, a economia não terá chances de retomar o crescimento. "Não há reforma que faça a economia retomar se não construirmos uma saída política", afirmou.
(Daiene Cardoso).