A polêmica envolvendo a volta dos voos com aviões de grande porte para o Aeroporto da Pampulha segue rendendo e passou, nesta quarta-feira, para a fase de troca de alfinetadas. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, classificou as declarações do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS, de “absolutamente inconsequentes” e “irresponsáveis”. “Acho uma inconsequência, uma irresponsabilidade, o prefeito de uma capital tão importante como Belo Horizonte fazer esse tipo de declaração”, disse, negando responsabilidade sobre a decisão.
Hoje mais cedo, Kalil reclamou da “canetada” do Ministério dos Transportes – que determinou, no último sábado, que o Aeroporto da Pampulha continue a receber apenas os voos regionais – e afirmou que continuará lutando para que os grandes aviões possam operar na região.
O prefeito disse que a ordem para a decisão veio do ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, e o objetivo teria sido atender empresas. “Moreira Franco é um cara assíduo aqui em BH, que conhece a população. Ele mandou dar uma canetada e resolver um problema de BH”, ironizou.
O ministro, por sua vez, afirmou que não tem mais ingerência sobre questões relacionadas aos aeroportos desde que deixou a pasta da Aviação Civil.
Durante sua fala, no entanto, o ministro confundiu Alexandre Kalil com o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) e afirmou, inclusive, que já esteve reunido com ele, ainda no governo de Antônio Anastasia (PSDB), para tratar do funcionamento do Aeroporto de Confins.
Em outro momento da entrevista, Moreira Franco, ainda fez menção ao comando da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), cargo ocupado ainda hoje por Lacerda. “E ele como prefeito de uma capital tão importante como Belo Horizonte, presidente de um núcleo de prefeitos das capitais, deveria saber quem é o responsável para encaminhar no Brasil questões desta natureza”, disse.
Portaria publicada nesse sábado no Diário Oficial da União veta a volta dos voos comerciais para o terminal. A questão também foi analisada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que decidiu nessa terça-feira, pela autorização da volta dos grandes voos.
“Vamos recorrer aos deputados, aos senadores, porque esse negócio de meter a caneta em BH, nós queremos caneta aqui é para saneamento básico, para recapeamento, nós queremos aqui é caneta pra obra caneta para proibir nós estamos agradecendo”, afirmou Kalil.