STF determina afastamento de Aécio Neves do mandato de senador

Polícia Federal também faz busca e apreensão em apartamentos do senador tucano, no Rio e em BH, e no gabinete dele em Brasília

Estado de Minas

Fachada do apartamento de Aécio Neves, em BH, onde a Polícia Federal faz busca e apreensão na manhã desta quinta-feira - Foto: Jair Amaral/EM/D.A Press

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Lava-Jato, Edson Fachin, determinou nesta quinta-feira o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB) do mandato parlamentar. Fachin atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República. O ex-governador Minas Gerais e presidente nacional do PSDB é alvo também, na manhã de hoje, de mandados de busca e apreensão em seus endereços residenciais no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, além do gabinete dele no Senado, em Braília.

O STF também determinou o afastamento do deputado Rocha Loures (PMDB-PR) do mandato de deputado federal. Os dois parlamentares estão implicados em delações do irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Eles gravaram conversas com o presidente Michel Temer em que ele teria indicado Loures como preposto em negociação para recebimento de propina.

Aécio foi gravado solicitando R$ 2 milhões ao empresário e Rocha Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo valores de Joesley. Na conversa gravada, Joesley e Aécio negociam de que forma seria feita a entrega do dinheiro. O empresário teria dito que se o senador recebesse pessoalmente o dinheiro, ele mesmo, Joesley, faria a entrega. E, se Aécio mandasse um preposto, o empresário faria o mesmo.

Na gravação entregue à Procuradoria-Geral da República e ao, o senador disse a seguinte frase: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação.
Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c***."

O "Fred" citado no diálogo é Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, ex-diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e um dos coordenadores da campanha do tucano à Presidência em 2014. O responsável pela entrega teria sido o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, de acordo com a reportagem do jornal 'O Globo'. Rocha Loures, por sua vez, teria sido filmado pela Polícia Federal recebendo cerca de R$ 500 mil em propina.

Andrea Neves

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também cumprem mandado de busca e apreensão em residências da irmã do senador, Andrea Neves, em  Nova Lima, na Região Metropilitana de Belo Horizonte. Andrea foi presa pela PF nesta quinta-feira.

Eduardo Cunha


Outro mandados de busca e apreeensão é cumprido pela PF na casa de Altair Alves Pinto, conhecido por ser o homem de confiança do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

De acordo com o jornal carioca 'O Globo', Temer teria indicado o deputado Rocha Loures (PMDB/PR) aos irmãos Batista para o recebimento de propina que compraria do silêncio de Cunha. O ex-deputado está preso em Curitiba, no Paraná.

Congresso Nacional

Desde às 6h da manhã, cinco carros da PF estão estacionados na entrada do Congresso, em Brasília. No local, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio, do também senador Zeze Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).


 

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