O chefe do Ministério Público Rodrigo Janot solicitou ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (18/5) a prisão do advogado brasiliense Willer Tomaz, sócio da rádio JK FM de Brasília. De acordo com as investigações, Willer teria coaptado o procurador da República Ângelo Goulart Villela para que ele interferisse na Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis – e de atrapalhar o processo de negociação do acordo de colaboração premiada do empresário Joesley Batista, um dos do sócios da holding J&F, dona do frigorífico JBS.
No dia 3 de maio, o delator Joesley Batista gravou e fotografou Goulart e Tomaz juntos em um jantar, que seria uma reunião secreta, na casa do advogado. Segundo o delator, durante o encontro o procurador gabava-se de ter pleno acesso às informações da Greenfield e da Lava-Jato e repassou detalhes das investigações ao advogado.
Na manhã desta quinta, depois de a prisão de Goulart ter sido feita, o PGR, Rodrigo Janot, enviou um comunicado aos colegas para explicar a situação. Segundo ele, o sucesso desta etapa das investigações "tem um gosto amargo". O procurador-geral afirma ainda que eles tentaram interferir nas negociações de delações premiadas com envolvidos da Greenfield.
Entre os envolvidos, o Grupo J&F, dono do frigorífico JBS, de Joesley. "A responsabilidade criminal do procurador e dos demais suspeitos atingidos pela operação de hoje será demonstrada no curso do processo perante os juízos competentes, asseguradas todas as garantias constitucionais e legais", diz Janot, na nota.