São Paulo e Brasília, 18 - O diretório estadual do PSDB paulista divulgou nessa quinta-feira (18) uma nota oficial defendendo o afastamento do senador Aécio Neves da presidência nacional da legenda.
"Diante dos fatos amplamente noticiados pela imprensa desde a noite de quarta-feira, 17, e em nome da nossa história e dos compromissos éticos e democráticos assumidos desde a fundação do PSDB, personificadas em lideranças como Mário Covas e André Franco Montoro, o diretório estadual do PSDB defende o imediato afastamento do senador Aécio Neves da Presidência nacional do partido", diz o texto.
Reunião
Um grupo de representantes do PSDB estava por volta das 12h45 momento na casa de Aécio Neves em Brasília. Chegaram ao local o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, além dos senadores Paulo Bauer, José Serra e Cássio Cunha Lima. Advogados de Aécio também estão desde cedo no local.
A residência do senador em Brasília foi um dos vários endereços do tucano que foram alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta manhã, em ação autorizada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
Gabinete
Após mais de cinco horas de busca e apreensão, a Polícia Federal encerrou, no mesmo horário, a ação no gabinete de Aécio no 11º andar do Senado Federal. A PF já deixou o prédio do Congresso Nacional.
O acesso ao anexo do Senado, onde fica o gabinete de Aécio, foi limitado, e a imprensa não pôde acompanhar a operação. Segundo informações de funcionários da Casa, mais de dez agentes da Polícia Federal participaram das buscas.
Também houve buscas no gabinete do senador Zeze Perrella (PTB-MG). A Polícia Federal deixou o escritório com malotes cheios.
A motivação da operação foi a delação dos donos da JBS, que apontaram que Aécio pediu propina de R$ 2 milhões. Os delatores afirmam que a propina foi repassada para Perrella.
(Pedro Venceslau; Erich Decat, Isabela Bonfim e Julia Lindner)