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Estado de Minas

Aécio passou de pragmático e amigo de Lula a radical anti-PT

Com o impeachment de Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves patrocinou politicamente o embarque do PSDB na gestão Michel Temer


postado em 19/05/2017 09:31 / atualizado em 19/05/2017 09:38

São Paulo - O senador Aécio Neves, de 57 anos, foi derrotado nas urnas pela presidente Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial de 2014, mas saiu da disputa maior do que entrou. O “legado” dos 51 milhões de votos recebidos (48,36% dos votos válidos) fez do tucano o principal líder da oposição.

Para os tucanos, era uma questão de tempo para que o neto de Tancredo Neves chegasse ao Palácio do Planalto. O governo federal seria o ponto máximo de uma carreira marcada pelo pragmatismo político e habilidade nas articulações de bastidor.

Em 1987, aos 27 anos, conquistou o primeiro mandato de deputado federal graças ao clamor popular da morte do avô. Após presidir a Câmara dos Deputados em 2001, cargo que conquistou sem o apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso, e ser eleito governador de Minas Gerais em uma campanha onde se manteve próximo ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio foi reeleito e concluiu o segundo mandato no Estado com os olhos voltados para o cenário nacional.

Como não conseguiu se viabilizar em 2010, foi para o Senado e construiu lá o caminho para 2014. Boa parte de seu mandato foi dedicada a se consolidar internamente e desbancar os adversários José Serra e Geraldo Alckmin.

Em junho de 2013, eleito presidente do partido, Aécio já estava viajando o Brasil em ritmo de campanha. Em pouco tempo tornou-se uma unanimidade no partido e montou uma estrutura profissional nunca antes vista na história tucana.

Com a morte de Eduardo Campos e escolha de Marina Silva como candidata do PSB, a campanha de Aécio virou coadjuvante. Poupado pelos marqueteiros de Dilma, que focaram a estratégia em implodir Marina, Aécio chegou ao segundo turno. Na oposição, adotou o figurino incendiário e atuou no processo de impeachment da adversária.

Com a queda da petista, patrocinou politicamente o embarque do PSDB na gestão Michel Temer. Até ser citado na Lava-Jato, pretendia ser o candidato da coalizão governista em 2018.


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