Conforme apurações da Promotoria de Patrimônio Público, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) teria fechado contratos, convênios e termos de cooperação sem licitação, com a empresa Limeira Agropecuária e Representações, que era administrada por Zezé Perrella.
Entre os acordos estava o fornecimento de sementes pela Epamig para fazenda da Limeira. Depois, a empresa pública comprava a produção da família Perrella para que os alimentos - feijão, milho, arroz e sorgo - fossem usados no programa "Minas Sem Fome".
As investigações desse caso eram conduzidas pelo promotor Eduardo Nepomuceno que, no final do ano passado, foi retirado da promotoria de Defesa do Patrimônio Público por determinação do Conselho Nacional do Ministério Público, a partir de reclamações sobre investigações do Ministério Público Estadual (MPE) feitas por Zezé Perrella.
As suspeitas de irregularidades na Epamig foram mostrados pelo jornalO Estado de S. Paulo em janeiro de 2014. Os contratos teriam começado a ser fechados em 2007, durante o governo de Aécio Neves. Por causa das investigações do MPE, foi determinado o bloqueio de bens e a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Perrella, seu filho, Gustavo Perrella, que sucedeu o pai no comando da empresa, e de ex-integrantes da Epamig. O valor total a ser bloqueado era de R$ 14,5 milhões.
Família
A relação entre Aécio e os Perella voltou a ser exposta, agora na delação do empresário Joesley Batista, da empresa JBS. O dinheiro que Joesley diz ter passado a Aécio teria como destino a empresa Tapera Participações e Empreendimentos Agropecuários, que pertenceria ao filho de Zezé Perrella, Gustavo Perrella, que é Secretário Nacional de Futebol do Ministério dos Esportes.