Responsável pela Diretoria de Assuntos Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud disse aos procuradores, no último dia 5 de maio, que o dinheiro repassado a Temer foi tirado de um montante de R$ 300 milhões destinados inicialmente para o PT.
Antes, a partilha beneficiaria apenas os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Eunício de Oliveira (CE) e Valdir Raupp (RO).
Na delação, Saud contou que, em junho ou julho de 2014, o dono da JBS, Joesley Batista, após receber de Mantega a lista dos cinco peemedebistas beneficiários da propina, mandou entregar um "bilhetinho" a Michel Temer contando sobre o acordo.
Saud disse, na delação, que esteve na tarde de um sábado na residência de Temer em São Paulo para cumprir a missão dada por Joesley. Temer teria pedido para Saud adiar o repasse dos recursos.
"Ele (Temer) ficou indignado. 'Como assim? O que está acontecendo? Estou precisando assumir o PMDB. O PMDB está passando por cima de mim'", relatou Saud. "Ele (Temer) me pediu: 'Você consegue me dar dois, três dias, antes de conversar com os senadores para eu me movimentar e ver o que pode acontecer?'"
(Leonencio Nossa).